RESUMO - O presente trabalho analisa a integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no contexto educacional brasileiro, com base na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Utilizando uma abordagem qualitativa, a pesquisa se fundamenta em uma revisão bibliográfica para investigar como as TDIC podem personalizar o ensino e atender às especificidades de cada aluno, promovendo uma educação inclusiva. A análise abrange estudos e documentos relevantes, permitindo compreender os desafios e oportunidades relacionados à adoção dessas tecnologias nas práticas pedagógicas. Os resultados demonstram que a adoção das TDIC não apenas facilita o acesso ao conhecimento, mas também estimula o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de competências críticas. Contudo, a implementação efetiva das tecnologias enfrenta desafios, como a falta de preparo dos educadores e a carência de políticas de formação continuada. O trabalho conclui que a articulação entre políticas públicas, formação docente e engajamento da comunidade escolar é essencial para transformar a educação em um espaço de inovação e desenvolvimento integral, preparando os estudantes para os desafios do século XXI.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologias Digitais. BNCC. Educação. Personalização. Inclusão.
1.INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) vêm transformando diversas esferas da vida humana, incluindo a educação. O avanço das TDIC impacta não apenas as metodologias pedagógicas, mas também redefine o papel da escola na sociedade contemporânea. Nesse cenário, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) surge como uma tentativa de reformular os currículos escolares para atender às novas demandas sociais e econômicas, incluindo a integração das tecnologias digitais ao processo de ensino e aprendizagem. Essa integração não se limita a uma adequação técnica, mas também envolve uma transformação cultural e pedagógica. A BNCC estabelece que o uso das TDIC deve promover o desenvolvimento de competências para preparar os alunos para os desafios do século XXI. No entanto, essa implementação não é isenta de desafios, pois requer a reorganização das práticas docentes e a superação de desigualdades regionais e sociais, principalmente no que diz respeito ao acesso à tecnologia (Souza; Dias, 2020; Costa; Andrade, 2022).
O presente trabalho busca analisar, a partir de uma abordagem qualitativa e revisão bibliográfica, como a BNCC propõe a incorporação das tecnologias digitais na educação básica e quais benefícios e desafios emergem dessa reformulação curricular. A questão central que orienta esta pesquisa é: Como as TDIC podem contribuir para a consolidação das diretrizes da BNCC e quais são os principais obstáculos para essa implementação efetiva?
Partimos da hipótese de que as TDIC podem potencializar o processo de ensino e aprendizagem ao promover um ensino mais dinâmico e colaborativo. No entanto, também se levanta a possibilidade de que a inserção tecnológica proposta pela BNCC enfrente barreiras relacionadas à infraestrutura inadequada e à formação insuficiente de professores, comprometendo a efetividade dessa política curricular.
O objetivo geral deste trabalho é analisar como a BNCC integra as tecnologias digitais na educação e identificar os desafios e potencialidades dessa incorporação. Como objetivos específicos, pretende-se: (a) investigar como as diretrizes da BNCC abordam o uso das TDIC; (b) identificar práticas pedagógicas recomendadas pela BNCC que envolvem tecnologia; e (c) discutir os obstáculos enfrentados pelas escolas para aplicar essas práticas de forma eficaz.
Consideramos que esta pesquisa é relevante para a comunidade científica e educacional porque contribui para a reflexão crítica sobre a implementação da BNCC e o papel das TDIC na educação básica. Ao destacar os benefícios e desafios dessa integração, espera-se fornecer subsídios para aprimorar políticas públicas e orientar gestores e educadores na adoção de práticas pedagógicas mais eficazes e inclusivas.
O estudo foi conduzido por meio de uma revisão bibliográfica qualitativa, baseada na análise de artigos e documentos relevantes sobre a implementação das TDIC na BNCC. A escolha por essa metodologia visa compreender os discursos e práticas em torno da integração tecnológica no ambiente escolar e fornecer um panorama das oportunidades e dificuldades envolvidas.
Este trabalho está estruturado em quatro seções principais. Na introdução, são apresentados o contexto, a delimitação do tema, os objetivos e a justificativa da pesquisa. No desenvolvimento, são discutidos os referenciais teóricos e os dados da literatura sobre a integração das TDIC na BNCC. Nas considerações finais, são apresentadas as conclusões sobre os benefícios e desafios identificados. Por fim, constam as referências utilizadas ao longo do estudo.
2.DESENVOLVIMENTO
A BNCC é um marco na educação brasileira, orientando as práticas pedagógicas com foco na formação de competências essenciais. Entre suas diretrizes, a integração das TDIC é apresentada como meio indispensável para promover novas formas de aprender e ensinar. Segundo a BNCC, "o uso pedagógico das tecnologias digitais deve possibilitar a criação de estratégias inovadoras de aprendizagem e a ampliação das oportunidades de acesso ao conhecimento" (Brasil, 2018, p. 9). Essa orientação enfatiza que a inserção tecnológica é fundamental não apenas para desenvolver habilidades técnicas, mas para promover autonomia e cidadania digital.
A inclusão das TDIC no currículo busca responder às demandas contemporâneas, marcadas por um mundo interconectado e em constante transformação. A BNCC estabelece que as escolas devem integrar essas tecnologias "de modo a favorecer a interdisciplinaridade e a articulação entre diferentes áreas do conhecimento" (Brasil, 2018, p. 15). Assim, os recursos digitais são utilizados para conectar saberes e estimular aprendizagens significativas. Nesse contexto, Gulin (2020) observa que as TDIC podem colaborar com a prática docente por meio da interação, da pesquisa e da aplicação de conceitos.
Entretanto, a incorporação das TDIC enfrenta desafios estruturais que dificultam sua plena realização. A desigualdade de acesso aos equipamentos e à internet ainda é um obstáculo relevante, especialmente em escolas localizadas em regiões rurais e periféricas. Segundo a BNCC, a tecnologia deve ser utilizada para "reduzir desigualdades e proporcionar oportunidades de aprendizagem equivalentes a todos os estudantes" (Brasil, 2018, p. 19). Souza e Dias (2020) reforçam essa questão, destacando que as tecnologias na educação brasileira não devem servir apenas à adaptação ao mercado, mas também à inclusão e ao empoderamento social.
O papel do professor também é transformado nesse cenário. O educador deixa de ser o detentor exclusivo do conhecimento e passa a atuar como mediador e facilitador. A BNCC orienta que "o uso crítico e criativo das TDIC pelos docentes deve estimular práticas pedagógicas inovadoras e favorecer a participação ativa dos estudantes" (Brasil, 2018, p. 25). Gulin (2020) complementa que a prática pedagógica baseada em tecnologias promove ambientes mais dinâmicos, permitindo maior envolvimento dos estudantes nas atividades propostas.
As metodologias ativas, favorecidas pelas TDIC, também ampliam a autonomia dos alunos, ao estimularem a autoria e a participação colaborativa. Ferramentas digitais, como jogos educativos e plataformas de aprendizagem, permitem que os estudantes desenvolvam habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico. A BNCC destaca que "o uso pedagógico de tecnologias deve promover a construção de sentidos e significados por meio da interação e da autoria" (Brasil, 2018, p. 33).
Além disso, a integração das TDIC contribui para o desenvolvimento das competências gerais da BNCC, como o pensamento científico, a cultura digital e a comunicação em múltiplas linguagens. Essas competências visam formar estudantes que sejam capazes de compreender o mundo ao seu redor de maneira crítica e reflexiva, participando ativamente da sociedade.
A BNCC propõe que o uso das tecnologias deva ser potencializado para além do acesso a informações, e sim como uma fonte de diálogo e descobrimento do “Outro”, enfatizando o uso crítico, significativo e criativo das tecnologias pelos estudantes, favorecendo o protagonismo juvenil. Conforme Pretto (2014), o pior dos desafios em relação a cultura digital nas escolas são questões conceituais. O principal equívoco é pensar as ferramentas tecnológicas como auxiliares dos processos produtivos. O computador passa a ser um artefato pedagógico, ou como dizem os autores: “busca-se transformá-lo em uma máquina pedagógica em vez de máquina de comunicação e de produção de sentidos” (Bonilla; Pretto, 2015, p. 510). Enfatizamos o potencial da rede para o exercício e o fortalecimento da cidadania e o papel que a escola desenvolve como um agente potencializador da cultura, do conhecimento e de saberes (Costa; Andrade, 2022, p. 11-12).
Segundo Costa e Andrade (2022), a BNCC propõe um perfil de aluno que atue com autonomia, sendo um "aluno-ciborgue-hacker", que se apropria das tecnologias não apenas de forma técnica, mas como instrumento de transformação social e resistência ao discurso neoliberal. A capacidade de utilizar as TDIC para resolver problemas e produzir conhecimento é essencial para preparar os estudantes para os desafios do século XXI. Nesse contexto, espera-se que as tecnologias não sejam apenas um complemento das atividades escolares, mas que se tornem parte integrante do processo pedagógico, ampliando as possibilidades de pesquisa, autoria e colaboração entre os alunos.
No entanto, é preciso cautela quanto ao uso excessivo das tecnologias, que pode comprometer a qualidade das interações humanas e o desenvolvimento de habilidades sociais. A BNCC alerta para a necessidade de um "equilíbrio entre o uso de tecnologias e as experiências presenciais", evitando que o excesso de recursos digitais substitua a construção de vínculos e a leitura crítica (BRASIL, 2018, p. 52). Gulin (2020, p. 26) destaca que a presença das TDIC nas escolas deve ser acompanhada por uma reflexão constante sobre suas finalidades, para que essas ferramentas "não se tornem um fim em si mesmas, mas sim um meio para promover aprendizagens significativas". A inserção desmedida de tecnologias pode gerar alienação e dependência, enfraquecendo a capacidade dos alunos de estabelecer conexões humanas e desenvolver senso crítico. Por isso, o papel do professor é fundamental na mediação entre o digital e o humano, conduzindo os estudantes a utilizarem as tecnologias de maneira consciente e ética, sempre alinhadas aos objetivos formativos previstos na BNCC.
A formação continuada dos docentes é um aspecto essencial para a consolidação da integração das TDIC na escola. A BNCC recomenda que "os sistemas de ensino devem oferecer condições para que os professores desenvolvam habilidades tecnológicas e competências pedagógicas" (Brasil, 2018, p. 58). Em complemento, Souza e Dias (2020) ressaltam que a capacitação docente é indispensável, pois o professor precisa se sentir seguro para incorporar as tecnologias em sua prática pedagógica cotidiana.
Outro ponto relevante é o uso das TDIC para personalizar o ensino e atender às especificidades de cada aluno, respeitando seus ritmos, interesses e estilos de aprendizagem. Ferramentas digitais, como plataformas de aprendizagem adaptativa e aplicativos educacionais, permitem que os conteúdos sejam apresentados de forma diferenciada para cada estudante, promovendo uma abordagem individualizada. Essas soluções tecnológicas não apenas ajustam a complexidade das tarefas ao nível de compreensão dos alunos, mas também oferecem feedback contínuo e recursos diversificados de apoio. A BNCC sugere que "as tecnologias digitais podem favorecer a personalização do aprendizado, atendendo às necessidades dos estudantes" (BRASIL, 2018, p. 62). A personalização também é fundamental para promover a inclusão, pois facilita a participação de alunos com diferentes habilidades e necessidades educacionais especiais. Dessa forma, a escola passa a se adaptar aos estudantes, e não o contrário, criando um ambiente mais acolhedor e igualitário, no qual cada aluno pode progredir de acordo com seu próprio ritmo.
As TDIC também fortalecem a interdisciplinaridade no currículo, ao permitir a conexão entre diferentes áreas do conhecimento e estimular a aplicação prática dos conteúdos aprendidos. Por meio de projetos interdisciplinares mediados por tecnologias, os alunos são incentivados a articular saberes de diversas disciplinas para resolver problemas reais e complexos. Costa e Andrade (2022) argumentam que a BNCC busca uma educação integrada, na qual as tecnologias atuam como elementos facilitadores de uma aprendizagem significativa. Essa abordagem permite, por exemplo, que um projeto envolvendo matemática, ciências e história explore questões contemporâneas, como a sustentabilidade, utilizando ferramentas digitais para coletar dados e apresentar soluções criativas. Além disso, a interdisciplinaridade promovida pelas TDIC desenvolve habilidades essenciais, como o pensamento crítico, a colaboração e a comunicação em diferentes mídias. Dessa forma, a escola se aproxima das demandas da sociedade contemporânea, preparando os estudantes para lidar com desafios que exigem uma visão ampla e interconectada do conhecimento.
No campo da avaliação, as tecnologias digitais oferecem novas possibilidades para acompanhar o desempenho dos alunos. A BNCC sugere que "as tecnologias devem ser utilizadas para apoiar processos avaliativos, promovendo feedback contínuo e aprimoramento das aprendizagens" (Brasil, 2018, p. 72). Isso permite que os docentes façam ajustes pedagógicos em tempo real, melhorando o processo de ensino-aprendizagem.
Outro aspecto relevante é a formação ética dos estudantes para o uso responsável das tecnologias. A BNCC enfatiza que "a cidadania digital e o respeito à diversidade devem ser estimulados no ambiente escolar" (Brasil, 2018, p. 75). Autores como Souza e Dias (2020) complementam, destacando que a escola tem um papel fundamental na formação de sujeitos críticos e conscientes das implicações sociais das tecnologias.
As tecnologias digitais também possibilitam a extensão da aprendizagem para fora da sala de aula, promovendo uma conexão mais efetiva entre a escola, a família e a comunidade. A BNCC destaca que "as TDIC devem facilitar a interação entre os diferentes agentes da comunidade escolar" (BRASIL, 2018, p. 79), o que implica em uma ampliação do processo educativo para além dos muros escolares. Plataformas digitais, como aplicativos de comunicação e ambientes virtuais de aprendizagem, permitem a realização de projetos colaborativos que envolvem estudantes, familiares e outros membros da comunidade, tornando a educação mais participativa e significativa. Gulin (2020) reforça essa perspectiva ao destacar que o uso de plataformas digitais pode fortalecer o vínculo entre escola e família, ampliando as oportunidades de aprendizagem contínua, uma vez que os pais se tornam parceiros ativos no acompanhamento das atividades escolares. Esse envolvimento familiar e comunitário, mediado pelas tecnologias, contribui não apenas para o desempenho acadêmico dos alunos, mas também para sua formação integral, promovendo uma aprendizagem contextualizada e socialmente relevante.
A pandemia de COVID-19 evidenciou a importância estratégica das tecnologias na educação, ao tornar o ensino remoto uma necessidade para garantir a continuidade do processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, a BNCC sugere que "as experiências de ensino remoto devem ser consideradas como oportunidades de inovação" (BRASIL, 2018, p. 85), enfatizando a necessidade de reavaliar práticas pedagógicas tradicionais e explorar novos formatos educacionais. A rápida adaptação ao ensino remoto mostrou que muitas escolas não estavam preparadas para lidar com as demandas do ambiente digital, revelando fragilidades em termos de infraestrutura e formação docente. Costa e Andrade (2022) destacam que a adaptação emergencial ao ensino remoto trouxe à tona a necessidade urgente de uma escola mais preparada para enfrentar os desafios da era digital, com ênfase na formação de professores e no acesso equitativo às tecnologias. Além disso, a experiência remota incentivou a reflexão sobre metodologias híbridas, que combinam ensino presencial e online, criando novas possibilidades pedagógicas e aproximando ainda mais as escolas das realidades digitais dos alunos
Assim, a efetividade das TDIC na educação depende de um planejamento estratégico e da colaboração de toda a comunidade escolar. A BNCC orienta que "as escolas devem desenvolver planos integrados para a inclusão das tecnologias, envolvendo gestores, professores, alunos e famílias" (BRASIL, 2018, p. 90). Entretanto, apesar de propor uma integração ampla das tecnologias no ambiente escolar e fora dele, há lacunas na preparação dos profissionais da educação para lidar de maneira eficiente nos contextos digitais. Nesse sentido, Santos et al. (2021) destacam:
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe através da cultura digital a inserção das tecnologias digitais no ambiente escolar e fora dele, mas não aponta a necessidade de preparação dos profissionais da educação para lidar nos contextos digitais, com foco no processo de ensino e aprendizagem. E mesmo assim, especifica várias habilidades que direcionam suas práticas para o uso de recursos digitais. Dentro dessa perspectiva, é preciso considerar também que a cultura digital aparece como tema transversal, ou seja, necessita estar inserida em todos os componentes curriculares de forma integrada, com atividades motivadoras e práticas, além da exploração dos ambientes virtuais, plataformas de aprendizagem, aplicativos educacionais, dentre outros (Santos et al., 2021, p. 559).
Essa reflexão evidencia que, embora a BNCC promova o uso de tecnologias de forma ampla e transversal, há desafios estruturais que precisam ser superados para garantir sua aplicação eficiente. A ausência de uma política clara de formação continuada dos docentes para o uso das TDIC limita o potencial transformador das tecnologias na educação. Além de fornecer recursos e infraestrutura, é essencial que os professores sejam capacitados para integrar as tecnologias de forma crítica e significativa em sua prática pedagógica. Somente com essa preparação será possível consolidar uma cultura digital integrada ao cotidiano escolar, que vá além do uso instrumental das ferramentas e promova a produção de conhecimentos relevantes, alinhando as práticas educacionais às demandas da sociedade contemporânea. Assim, o verdadeiro impacto das TDIC no ambiente escolar só será alcançado quando houver uma articulação entre as políticas públicas, a formação docente e o engajamento dos estudantes e da comunidade.
3.CONCLUSÃO
Os dados apresentados neste artigo ressaltam a relevância da integração das TDIC no cenário educacional brasileiro, conforme as orientações da BNCC. A pesquisa demonstrou que, ao adotar essas tecnologias de maneira crítica e integrada, as escolas podem personalizar o ensino e atender às necessidades individuais de cada aluno. Acreditamos, portanto, que essa abordagem é fundamental para promover uma educação inclusiva, que respeite os diferentes ritmos de aprendizado e estimule a autonomia dos estudantes. O foco na personalização contribui para a formação de cidadãos mais críticos e engajados, capazes de navegar em um mundo cada vez mais digital.
No entanto, o trabalho também evidenciou os desafios que ainda precisam ser enfrentados para garantir a efetividade dessa integração. A falta de preparação adequada dos profissionais da educação para lidar com as ferramentas digitais e a ausência de políticas de formação continuada limitam a utilização das tecnologias como aliadas no processo de ensino-aprendizagem. Para que as TDIC cumpram seu potencial transformador, é imprescindível que os educadores recebam o suporte necessário para explorar plenamente os recursos disponíveis, desenvolvendo competências que vão além do uso técnico das ferramentas.
Por conseguinte, as reflexões apresentadas reforçam a necessidade de uma articulação eficaz entre as políticas públicas, a formação dos educadores e o engajamento da comunidade escolar. A BNCC oferece um caminho promissor ao propor a inclusão das TDIC como elementos essenciais para a construção do conhecimento. Contudo, para que essa proposta se concretize, é fundamental investir em infraestrutura, formação docente e uma abordagem pedagógica que valorize a interdisciplinaridade e o protagonismo dos alunos. Assim, será possível transformar a educação em um espaço de inovação, colaboração e desenvolvimento integral, preparando os estudantes para os desafios do século XXI e promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva.
4.REFERÊNCIAS
BONILLA, M. H.; PRETTO, N. L. Educação, cultura digital e aprendizagem. Salvador: Edufba, 2015.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 14 ago. 2024.
COSTA, J. R. S.; ANDRADE, V. T. A. Tecnologias digitais na educação e BNCC: proposta do aluno-ciborgue-hacker. Olhar de Professor, v. 25, p. 1-20, e20526.062, 2022. DOI: https://doi.org/10.5212/OlharProfr.v.25.20526.062.
GULIN, M. C. F. Um olhar para a área de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental: análise do uso das TDIC na BNCC. Curitiba: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2020.
PRETTO, N. L. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Salvador: Edufba, 2014.
SANTOS, W. L. et al. Cultura digital e BNCC: contradições e desafios para a prática docente. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.6, p. 55908-55921 jun. 2021.
SOUZA, M. S.; DIAS, M. O. A Base Nacional Comum Curricular e o uso das tecnologias na educação matemática: discursos da reforma curricular. Revista Espaço do Currículo, v. 13, n. 1, p. 176-193, 2020. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.43640.
JULIANA PEREIRA DA SILVA ROSSI CONTE: Bacharel em Direito pela Universidade Paranaense (UNIPAR). Pós-Graduada em Direito Civil e Processo Civil e em Direito Previdenciário. Advogada inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso. Mediadora Judicial certificada pelo NUPEMEC/TJMT e Conciliadora credenciada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: CONTE, JULIANA PEREIRA DA SILVA ROSSI. As tecnologias digitais e a nova reformulação da BNCC Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 12 set 2025, 04:44. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/69635/as-tecnologias-digitais-e-a-nova-reformulao-da-bncc. Acesso em: 18 out 2025.
Por: Rafael Ferreira Filippin
Precisa estar logado para fazer comentários.