Hoje em dia, estamos vivendo algo surpreendente e fascinante: a digitalização das nossas vidas. Cada vez mais, as pessoas preferem o mundo online.
No passado, era comum reunir amigos para conversar, trocar ideias e aproveitar momentos juntos. Essas amizades eram verdadeiras e presenciais. Agora, é raro ver grupos de amigos conversando ao vivo; na maioria das vezes, cada um está no seu celular, navegando pelas redes sociais.
Estamos nos transformando em seres que vivem mais no universo digital do que na realidade física. Criamos uma nova identidade virtual que atravessa o planeta inteiro e fica conectada 24 horas por dia. Essa presença online nunca dorme, e o único alimento que ela precisa é aquilo que você fornece ao interagir com ela, dando mais vida e energia a esse mundo digital.
Muitas pessoas estão no trabalho, mas ao mesmo tempo conectadas às redes sociais. Quantas já perderam seus empregos por ficarem mais focadas nas redes do que nas tarefas profissionais? Esse vício na tecnologia traz vantagens, mas também consequências negativas. Estamos perdendo nossas identidades reais e vivendo quase que exclusivamente para o mundo virtual. Esquecemos que, para sobreviver, o ser humano precisa de afeto, amor, carinho e compreensão — tudo isso deve acontecer presencialmente.
Ao acordar, muitas pessoas já começam ligando o celular e acessando o WhatsApp ou outras redes sociais. Assim, vão perdendo sua essência. Não há mais tempo para si mesmo; tudo é dedicado ao universo digital. Antigamente, as pessoas se divertiam juntas, visitavam umas às outras e passavam o dia com amizades de verdade. Hoje, conhecemos alguém pelas redes sociais, ficamos íntimos rapidamente e passamos o dia inteiro teclando, esquecendo do mundo real.
Os relacionamentos amorosos também estão cada vez mais virtuais. Mas será que esses namoros online realmente dão certo? Antigamente, as histórias de amor começavam na escola ou nos bailes, com encontros presenciais. Agora, muitos relacionamentos começam na internet, mas será que chegam a algo sério? Além disso, no mundo virtual, as pessoas podem se passar por alguém que não são ou enganar os outros — embora muitas vezes estejam enganando a si mesmas.
Quando percebemos que o mundo digital tomou conta da nossa vida — roubando parte da infância das crianças e adolescentes — fica claro como essa mudança é preocupante. Hoje em dia, as crianças não brincam mais de boneca ou de jogar bolinha de gude como antigamente. Essas brincadeiras eram saudáveis e ajudavam no desenvolvimento delas. Agora, estão sempre conectadas aos celulares ou computadores jogando jogos virtuais.
Outro ponto importante é que as pessoas estão se tornando cada vez mais individualistas. Vivemos em um mundo descartável: tudo parece ter prazo de validade, inclusive as relações humanas. Percebemos que nada é duradouro; até mesmo as pessoas parecem estar sendo consideradas descartáveis.
Hoje em dia, a rotina das pessoas se resume a passar cerca de 80% do tempo preocupadas com o trabalho ou conectadas às redes sociais. Apenas 10% dedicam-se ao lazer e outros 10% à família. A vida verdadeira acontece em apenas 20% do tempo. Antes, a prioridade era a família; hoje, a modernidade e a tecnologia ocupam quase todo o nosso tempo, deixando a família em segundo plano.
Tudo o que acontece na vida dessas pessoas — festas, desentendimentos ou acontecimentos pessoais — acaba sendo compartilhado nas redes sociais. A privacidade foi praticamente eliminada sem que percebêssemos. As pessoas postam tudo sem pensar nas consequências. Como resultado, estamos sendo monitorados constantemente pelas plataformas digitais porque nos tornamos muito inocentes ao compartilhar detalhes da nossa rotina.
Por um lado, essa conectividade trouxe benefícios; por outro, trouxe problemas sérios como a perda da privacidade e a diminuição do contato humano real. Com a crise da pandemia, essa situação se intensificou: o mundo virtual passou a ser nossa principal forma de interação devido ao distanciamento social necessário.
Hoje em dia, muitas atividades só acontecem por videoconferência; encontros presenciais só ocorrem em casos extremos. Assim, temos menos contato verdadeiro com as pessoas do jeito antigo.
No final das contas, o mundo virtual está se tornando tão presente que parece um novo mundo real.
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